sábado, 2 de abril de 2011

um escrito meu...

Em tempos que não sei mais fazer poesia, ou nunca soube, ainda assim sobre ela nunca perco a vontade de falar.


Externando o barulho de um pensamento
Buscando no silêncio a realização da sua voz
Se mostrando clara misturando-se na zuada
Se mantendo música de mãos dadas ao som
Deixando-nos ouvintes mesmo sendo foliões
Se destacando na multidão sendo amiga do barulho
Mantendo-se silenciosa
Falando com os olhos sendo vista com o entendimento
Deixando-nos abestalhados com a harmonia de tuas confusões
Se fazendo altiva diante da tua minuciosidade
Sem perceber a vemos como nossa amiga
Aquela que se mantém viva e concreta ao nosso lado
A companhia invisível que assusta
Aquela que nos dá respostas sem perguntas
Que se faz enigma enquanto resposta
Que não aprende nem ensina
Mas faz da curiosidade um sinônimo único
Não aprisiona nem liberta
Filosofa e não se importa com conclusões
É materna, quente e gelada
Esquenta os pés e congela as extremidades com sede de conformidade
Enche-te de frieza
Mantendo-nos vivos dentro da própria morte
Ela que não é sorte nem azar, nem dor nem alegria.
Mas a dúvida que nos faz um ser infinito


Música