domingo, 2 de janeiro de 2011

postagem de abertura

Um breve desabafinho!


Uma analogia que suponho acontecer da realidade contemporânea.

Sinto-me mal a dizer que as coisas estão ruins, por ouvir sempre por aí que as mesmas estão normais, que é apenas uma mínima minoria que acha essa versão, que a fome, a miséria, a falta de educação, as doenças e algumas outras enfermidades humanas seguem apenas uma estatística normalista que acontece para a manutenção da densidade demográfica. Vemos todos os dias o episodio da colonização acontecer, e é claro em uma proporção sempre aumentada, cada vez mais cruel, cada vez menos combatida, deixamos de ser racionais, para nos entregar a cadeia alimentar irracional, feito gatos chorando o almoço alheio, nos achando heróis de nossas próprias transgressões, advertindo as vontades e desejos, combatendo violência com mais violência, combatendo a falta de amor, com mais falta de amor, acabando com os sonhos e nos entregando ao ritmo rotineiro do dia após o outro, alimentando um sistema que a vez acreditamos, a vez não, que primeiro apedrejamos, depois batemos palmas, que acreditamos, mas que dizem pra nós que as vezes é bom não acreditar tanto assim. Deixamos de acreditar em nós mesmos, temos tanto medo da culpa, que é melhor que outras pessoas tomem a decisão por nós, não falo das pessoas, falo de mim, nasci e me criei a margem do governo, comi da comida deles, estudei dos ensinamentos deles, permaneci durante quase toda vida dependente dos próprios, não me alegro nem me orgulho disso, queria poder tentar pegar minha própria comida ao invés de comprá-la, queria poder saber na pratica sem muitos segredos formulas ou teorias como nasce uma arvore, como a natureza se pros ta a nós quando mantemos o equilíbrio, queria poder ser mais resistente, ser menos sujo e talvez um pouco até mais digno dos meus méritos, ser respeitoso e respeitável mesmo quando não fosse conhecido, ou diante das feras, queria poder não precisar combater a fome, ou as desigualdades sociais, e mesmo se houvesse desavenças ou diferenças entre os meus conterrâneos que isso fosse resolvido de uma forma um pouco mais leal, se perguntarmos a algum estudioso ou qualquer pessoa se existem soluções para esses problemas, todos eles teriam respostas na ponta da língua, os estudiosos diriam que a vida indígena seria a saída, e as pessoas diriam que o amor, a alimentação a igualdade social seria uma outra saída, e as duas respostas são quase que idênticas.
Como podemos ser tão indignos ao ponto de falarmos que os animais são irracionais, se nós os racionais é que acabamos denegrindo o equilíbrio? Será que merecemos as regalias que compramos? Será que nosso suor cotidiano urbano paga o mal que fazemos a nós mesmos?
Espero que Deus ainda tenha um pouco de saco para ficar olhando nossa vida repetitiva e indecisa, espero que ele nos proteja e nos guarde, nos mantenha vivos pelo menos até acordarmos e perceber que o avião está no ar e que alguém tem que acordar o comandante, ou tomar o comando e nos salvar do mal pior.

Do cara mais hipócrita, ao mundo.